Jair Bolsonaro (Nelson Almeida/AFP)
Publicado originalmente no Extra
POR FELIPE PENA
Prezadas testemunhas,
Na sétima série, turma E, Rodrigo era o mais politizado entre nós. Estávamos na época dos comícios das Diretas e a maioria dizia que o povo ainda não estava preparado para votar pra presidente. Rodrigo discordava: “Então, quando estarão preparados?” E lá foi ele pro comício. Um pré-adolescente engajado.
No canto da sala, João, tímido e observador, aos poucos tornava-se o líder que virou presidente do Grêmio estudantil alguns anos mais tarde. Naquele tempo, frequentávamos a matinê de uma boate no fundo da galeria perto do colégio. Em um espaço onde não cabiam mais de 300 pessoas, assistimos a shows da Legião, dos Paralamas e do Lulu Santos, todos em início de carreira. O país entrava na redemocratização e nós aproveitávamos o começo da liberdade, nos vários sentidos do termo.
Éramos felizes e sabíamos. A chuva transformou
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